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Minhas últimas colunas

Enviado por Míriam Leitão e Leonardo Zanelli -
25.10.2008
| 15h00m
Coluna Panorama Econômico

O novo câmbio

O Banco Central poderá fazer leilões de reservas para exportadoras com outras garantias. A palavra chave é “pragmatismo” para desfazer o nó que pesa sobre o mercado cambial, mas no médio prazo o real continuará mais fraco. A MP 443 permite ao país integrar redes de proteção cambial de bancos centrais. Entre exportadores e consultores, há previsões de queda de até US$ 40 bilhões nas exportações em 2009.

A medida provisória permitiu que o Banco Central brasileiro faça swap de moeda com outros países. Isso foi incluído porque, no Brasil, tudo que não é explicitamente permitido, é entendido como proibido. O Brasil quer ter a porta aberta para o caso de vir a integrar alguma rede de segurança formada por bancos centrais do mundo. Mas uma coisa, uma fonte do governo me garantiu:

— Não temos intenção de usar esse mecanismo para rede de integração regional.

Esta semana, o Banco Central fez um leilão de reservas físicas para que os bancos destinem recursos às empresas exportadoras. E deu 30 dias para que o dólar chegue na ponta. Tem gente achando que é tempo demais. O BC aceitou como garantia apenas os global bonds neste primeiro leilão, mas pode fazer outros, com outro tipo de garantia, porque, no governo, se diz que é preciso ter instrumentos pragmáticos para desfazer o problema criado pela escassez de linha de financiamento de exportação, além das turbulências causadas pelos prejuízos com a alta do dólar.

— O problema é que o volume das perdas depende da cotação do câmbio. Mesmo assim, as perdas não são de dimensão a gerar problemas sistêmicos. O impacto é no mercado de divisas, porque as empresas compram dólares para zerar posição, e isso eleva o valor do dólar, que aumenta a necessidade de zeragem — disse uma fonte do governo.

Uma coisa se ouve tanto no governo quanto no setor privado: o dólar será mais alto daqui para diante. A queda do preço das commodities, a tendência de alta do dólar no mundo inteiro e o aumento da aversão ao risco manterão elevada a cotação do dólar.

No setor de exportação e entre especialistas, as previsões sobre quanto o Brasil deixará de exportar no ano que vem oscilam entre US$ 20 bilhões e US$ 40 bilhões, com tudo o que está acontecendo agora e o que virá adiante. O olho do nosso furacão acontece nas empresas exportadoras.

— Se as empresas exportadoras não conseguirem sair da situação em que estão, não pagarão suas dívidas e os bancos sentirão o impacto — disse um economista que acompanha com lupa o nó que se forma na economia brasileira, e que tem uma visão pessimista sobre a evolução do problema dos derivativos das empresas. No governo, a convicção é de que as empresas que estavam mais expostas já saíram da situação de perdas sucessivas.

Tudo isso deu um nó na exportação. Mas mesmo quando tudo isso passar, a realidade do comércio exterior será outra. Na Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a previsão é a de que, com a atual crise e a recessão nos países para os quais o Brasil exporta, o melhor cenário é de uma queda de US$ 20 bilhões nas vendas externas. O primeiro reflexo já foi sentido pelos exportadores, a queda no preço da matéria prima. Segundo o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, de setembro para agosto já houve queda no preço em diversas matérias primas: alumínio -8,9%; couro -16,6%; laminados planos -4,4%; gasolina -6,8%; milho -5%; petróleo -14,7%.

— Há outros produtos, como celulose e carnes, por exemplo, mas eles são negociados no mercado físico. Esta queda pode ser maior, porque vai ter retração no volume das exportações também — disse Castro.

Outra análise, feita para a coluna pelo sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, prevê uma queda de US$ 40 bilhões nas exportações em 2009 e um saldo na balança comercial de apenas US$ 8 bilhões no ano que vem, além de um déficit em transações correntes de 3% do PIB. Para este ano, a projeção dele é de exportações em US$ 200 bilhões e saldo entre US$ 20 bilhões e US$ 26 bilhões. Em setembro, no acumulado dos 12 últimos meses, o saldo da balança comercial está em US$ 28,7 bilhões, uma queda de 33,4% para o período entre outubro de 2006 e setembro de 2007.

— Isso para um país que teve um saldo na balança comercial de US$ 46 bilhões em 2006. Se a recessão americana for um pouquinho maior, é provável que a balança comercial zere ou fique negativa já em 2009. O Brasil deveria ter diversificado suas exportações, em vez de depender tanto de commodities – contou Silveira.

O vice-presidente da AEB acha que o primeiro momento da crise acontece agora, com esta falta de liquidez. O segundo virá em 2009, com a recessão. A terceira fase será a cambial.

— Esta fase vai atingir os países emergentes e tudo isso vai reduzir o preço das commodities. Antes, se buscava investimento externo para equilibrar essa conta aqui dentro. Agora, com a crise mundial, não tem crédito e fica mais difícil conseguir investidor estrangeiro. O governo deve deixar de ser otimista. O cenário para 2009 é muito escuro. O governo demorou a usar as reservas e reflexo virá no ano que vem – afirmou Castro.

Para ele, o próximo ano não vai existir para o setor exportador.

— Quando encontro as pessoas eu não sei se desejo um feliz 2010 ou feliz 2011. Porque 2009 você já pode riscar do calendário.


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 17h59m
Crise

Ibovespa tem nova queda forte

Mais uma semana de queda nas bolsas. Hoje, o Ibovespa caiu 6,91% e fechou aos 31.481 pontos. E chegou a bater na mínima do dia em 30.787 pontos, próximo, portanto, de romper a barreira dos 30 mil. Em uma semana, do fechamento do dia 17 para cá, a bolsa caiu 13,5%. Neste ano, a desvalorização da bolsa já é de 50,7%.

Como já comentamos aqui no blog, estamos agora presenciando duas crises simultâneas: a financeira, que ainda não acabou, e a da economia real, com empresas e países divulgando resultados ruins de PIB, vendas e lucros.

De acordo com o gerente de análise da Umuarama Corretora, Rafael Moyses, o mercado aguarda pelo concretização de mais um pacote nos EUA, deste vez destinado aos consumidores. Ele acredita que a próxima semana será decisiva na condução da crise.

- Teremos reunião do Fed para decidir a taxa de juros e também reunião do Copom. Por aqui, o mercado não vê necessidade de aumento de juros, e, se isso acontecer, teremos o pior dos mundos. Estamos próximos da barreira psicológica dos 30 mil pontos, e se o cenário piorar, acho que a melhor coisa seria fechar a bolsa por um ou dois dias para ver o que vai acontecer - afirmou.

Para ilustrar a irracionalidade dos mercados, Moyses cita como exemplo a queda de hoje nas ações da Vale - a ON caiu 4,91% e a PN teve queda de 5,36% - mesmo após a divulgação ontem de lucro recorde.

- É uma total irracionalidade. Só se explica pela necessidade de fazer caixa - disse. 

Na semana que vem haverá a divulgação de balanço de outras empresas, como Bradesco, Perdigão, Sadia e Telemar. Com isso, ficará um pouco mais claro para o mercado se há novas empresas brasileiras com problemas relacionados ao dólar, como aconteceu com Aracruz, Votorantim e Sadia.

O dólar hoje fechou em alta de 0,95% e na semana acumula alta de 9,76%. Mesmo as atuações do BC não estão conseguindo derrubar as cotações, apenas impedem altas mais fortes.


Enviado por Leonardo Zanelli -
24.10.2008
| 15h40m
A vida como ela é

Relatos da crise

A atual crise já começa a criar fatos curiosos. A dona de um restaurante em Cabo Frio, na Região dos Lagos, local de belas praias no Rio de Janeiro, me contou ontem um fato curioso. A saca de limão, que antes da crise custava R$ 26, passou para mais de R$ 90. O motivo? A crise, segundo o fornecedor.

Como o restaurante é de frutos do mar, e o consumo de limão é grande para o tempero e também para bebidas, ela comprou a saca de limão.

Já no sul do país, um representante de uma concessionária de estrada disse para a Míriam que, nos últimos 30 dias, o movimento de veículos na rodovia que ele administra caiu 12%, o que não é normal no período. Ou seja, por causa da crise, as pessoas estão economizando em tudo o que podem, inclusive deixando de sair de casa.

E vocês? Já perceberam alguma mudança de rotina nestes últimas dias ou sabem de algum fato curioso motivado pela crise?


Enviado por Míriam Leitão e Leonardo Zanelli -
24.10.2008
| 15h00m
Panorama Econômico

Erro de condução

O Brasil está se afogando num copo d’água. Entrou nesta crise com vários pontos fortes, mas ontem estava na absurda situação de ser o mercado mais afetado por todos os indicadores. Alguns reflexos, como na bolsa, aconteceriam, mas os impactos estão sendo maiores pela desastrada condução da crise. Risco Brasil na altura dos 700 pontos. Pior: as pessoas começam a se perguntar pela saúde dos bancos.

O primeiro erro foi acreditar que as reservas altas e o fato de ser credor líquido nos tornavam uma fortaleza inexpugnável. A Coréia também é credora líquida e está com problemas. Nos momentos de pessimismo, o mercado cobra a conta de todos os erros e desequilíbrios macroeconômicos, aos quais, antes, não prestava atenção. Passa ao comportamento oposto: exagera a preocupação com cada detalhe.

Há também o efeito da economia globalizada. Administradores de carteira do mundo inteiro analisam os vários países como se fossem apenas peças de uma mesma engrenagem. E assim distribuem seus investimentos, tomando decisões rápidas e aleatórias.

É por isso que uma medida intempestiva como a de quarta-feira, em que o governo brasileiro baixou uma medida provisória permitindo a bancos públicos comprar bancos privados e uma financiadora pública do mercado imobiliário comprar construtoras, deu a impressão de que havia alguma informação sonegada do país. Analistas do mercado financeiro, daqui e de fora, perguntaram-se se não estariam desconhecendo algum grande problema que só o governo sabia. Essa insegurança é o que detona as ordens de compra. O Brasil, ao fim da quarta-feira, tinha visto seu risco disparar, os juros futuros pularem a 190 pontos de momentos de crise, e um novo circuit breaker na bolsa. Se o mundo está instável, visitando freqüentemente o pânico, o melhor é não fazer marola — aqui, sim, a palavra se aplica.

O Banco Central tomou várias decisões certas nesta crise, ao ampliar o compulsório, vender reservas, vender linhas de financiamento externo, fazer leilão de reservas com destinação definida para as empresas exportadoras. A lista de acertos é longa. Mas, sobre os bancos pequenos e médios com problemas de liquidez, o melhor seria prover liquidez, e não levantar a idéia de que tenham de ser comprados.

Como as autoridades do Ministério da Fazenda sabem, ou deveriam saber, confiança é tudo no mundo das finanças. E confiança é algo que se quebra com extraordinária facilidade. Depois de quebrada, como nos cristais, é difícil ser recomposta. O excesso de idéias criativas pode passar a errônea impressão de que existe uma crise profunda no setor bancário brasileiro.

Se o problema é que o dinheiro do compulsório não está chegando aos bancos menores, é preciso fazer funcionar o interbancário. Dando garantias, por exemplo. Mas se não há problema de solvência, por que dar a impressão de que bancos públicos precisam resgatá-los? Ministros da Fazenda não pronunciam a expressão “bancos quebrando” nem mesmo na negativa. A frase pode ser entendida pelo seu oposto.

Medidas anunciadas pelo governo tarde da noite, ou em bases diárias, não dão a impressão de governo atento. Passam a idéia de que está acudindo emergências.

A economia brasileira tem vários problemas. Aqui nesta coluna temos falado deles há tempos. Neste momento, o mais agudo é o dos prejuízos das grandes empresas com derivativos cambiais. É urgente que o governo tenha um diagnóstico preciso da dimensão do problema. Não deveria ficar esperando os balanços para saber, porque eles não dirão tudo. Até porque, quanto mais o dólar subir, mais grave é o problema. As empresas fizeram opções que vencem a cada virada de mês. O que significa que, na entrada de novembro, poderá haver mais empresas com problemas.

Mesmo as não expostas em derivativo cambial têm problemas a enfrentar. As conversas que Alvaro Gribel, do blog, Leonardo Zanelli, da coluna, e eu estamos tendo com os diversos setores estão mostrando várias dificuldades.

O setor petroquímico, por exemplo, teme o que possa vir a acontecer com a mistura de recessão mundial e alta do dólar. Eles produziram matéria-prima para insumos agrícolas num cenário de boom da produção de alimentos. Agora, a agricultura planta num cenário de recessão. Eles estão construindo armazéns infláveis para estocar uréia. 

A Abinee não consegue definir preço de produtos eletroeletrônicos, porque o dólar está oscilando há 40 dias. Qualquer erro pode deixar o produtor com prejuízo ou produção encalhada. Já a Eletros, outra associação do setor, diz que, para alguns produtos, já houve reajustes de até 10%. E que há uma queda de 10% nas expectativas de vendas em outubro.

Entrevistei ontem o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que me deu notícias boas. A empresa fez seu planejamento de geração de caixa com um petróleo a US$ 35. E garante que não fez aplicação em derivativos cambiais.

Cada decisão das autoridades econômicas deve ser bem pensada neste momento. O tempo não comporta erros.


Enviado por Míriam Leitão -
24.10.2008
| 13h26m
Na CBN

Só hoje, houve notícias para uma semana inteira

Nesta semana, além da crise financeira persistindo, começamos a sentir mais os efeitos na economia real. Só hoje, houve notícias que valeriam para uma semana inteira.

Ouçam aqui o comentário na CBN com dos principais eventos na economia mundial.


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 13h07m
Mas preços caem

Venda de casas usadas cresce 5,5 % nos EUA

Uma boa notícia vinda dos EUA. A venda de casas usadas em setembro teve crescimento de 5,5% em relação a agosto. É a maior variação desde julho de 2003.

Mesmo a notícia sendo positiva, os investidores continuam acreditando que o quadro futuro será bem pior em função do agravamento do crédito. Com menos financiamentos, a tendência é que ocorra retração nas vendas de imóveis.

E mesmo com o aumento das vendas, o preço dos imóveis caiu 9% em relação a setembro de 2007.

As bolsas seguem em queda.


Enviado por Míriam Leitão -
24.10.2008
| 12h09m
Sexta sombria

Para entender o dia sem estragar o fim de semana

Hoje, definitivamente, é um daqueles dias difíceis, onde a coleção de más notícias é tão grande que qualquer um já pode perder o humor previamente, antes de começar o fim de semana.

Por que está tão ruim? É o cruzamento das duas crises: de um lado, a financeira e bancária, que ainda não acabou; e de outro, a crise da economia real, que já começou. Não há para onde olhar.

Além do mais, é o que eu tenho dito aqui: o mercado só tem um foco. Quando as coisas estão bem, ele despreza qualquer alerta sobre problemas se formando; quando está pessimista, ele ignora notícia boa, como a do resultado da Vale do Rio Doce, ontem.

Mas há mais do que psicologia neste baixo astral de hoje: é que está todo mundo fazendo as contas no mundo e vendo que não apenas neste ano, mas no próximo também não haverá bons resultados de empresa a serem apresentados.

Aqui, esta semana produziu um nítido agravamento da crise, principalmente após a MP 443, porque ela produziu mal estar com o Congresso - que se sentiu meio o 'bobo da corte' por não ser informado pelo ministro da Fazenda de algo que já estava pronto para ser assinado. E de outro lado, pela constatação de que mesmo nossas vantagens não estão sendo suficientes para conter o impacto da crise.

Outro fator que torna o dia mais pessimista é o que eu tenho falado aqui: no mundo inteiro os investidores estão se dando conta que o tsunami está engolindo outros países do Leste Europeu e do Sudeste da Ásia.

Por último, a sensação de que os governos americano e europeus já fizeram tudo e nada está funcionando provoca uma nova onda de extrema desconfiança.

Vale repetir que este furacão de vários olhos um dia vai passar. Por enquanto, é ficar firme na cadeira, com o cinto apertado. E não esquecer que o fim de semana está chegando. A gente poderá, pelo menos, pensar em tudo disso com mais distanciamento.


Enviado por Míriam Leitão -
24.10.2008
| 12h00m
Prêmio

Meirelles: sem tempo para comemorar

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi a Miami numa viagem do tipo bate e volta. Ele vai falar para investidores lá, vai receber um prêmio de Financista do Ano, mas volta rapidamente para o Brasil, para ficar de olho na crise. Fim de semana será de trabalho.

Semana que vem, inclusive, haverá a mais dificil reunião do Copom de que se tem notícia. Subir ou não os juros, eis a questão que o BC terá que desvender semana que vem. Aqui, tenho dito que não é hora de subir juros, mas a discussão será acirrada lá dentro.


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 11h51m
Crise

Ibovespa em forte queda

A primeira hora de pregão na Bovespa acompanhou os futuros e está sendo de forte queda. O Ibovespa chegou a cair 8,33%, e agora cai um pouco menos, 5,77%.

A enxurrada de más notícias do dia (vejam post abaixo), com a derrubada das bolsas pelo mundo, está fazendo com que os investidores vendam as ações na bolsa brasileira.

Depois de seis pregões com circuit breaker só este mês, e mais o resultado ruim de hoje, o indicador já está próximo da casa dos 30 mil pontos (31.866 às 11h50m).


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 10h55m
Crise

Futuro do Ibovespa em queda de 8,9%

O índice futuro do Ibovespa marca queda de 8,9%. Tudo indica que será de queda forte a abertura dos negócios.

O risco Brasil está com alta de 12%, na casa dos 699  pontos. O dólar sobe mais de 3%, cotado próximo de R$ 2,40.


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 10h32m
Sexta-feira difícil

Giro de más notícias sobre a crise

Num rápido giro pelos jornais online, é possível encontrar as seguintes notícias, todas elas mostrando os efeitos da crise nas economias mundo afora:

- PIB do Reino Unido tem retração de 0,50% no terceiro trimestre. É a primeira queda em 16 anos. O primeiro-ministro Gordon Brown vai ao parlamento e diz que o país está entrando em recessão.

- Cerca de 25% das empresas americanas prevêem demissões nos proximos 12 meses por causa da crise, segundo pesquisa feita pela consultoria Watson Wyatt.

- Tráfego aéreo de cargas cai 7,7% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2007. O de pessoas recua 2,9%. É o primeiro retrocesso desde 2003.

- Execuções de hipotecas no estado da Califórnia aumentaram 228% entre julho e setembro, comparado com o mesmo período do ano passado.

- Renault anuncia paralisação da produção por uma semana.

- Peugeot anuncia que vai reduzir a produção em 30%, com interrupção de fábricas na Europa.

- Lucro da Samsung cai 44,4% no terceiro trimestre frente o mesmo período do ano passado.

- Sony diz que seu lucro será 57% menor do que o projetado.

- Volvo anuncia queda de mais de 30% no lucro do terceiro trimestre. 

- Sindicato europeu da Arcellor Mital diz que empresa pretende fechar temporariamente três fornalha na Europa.

- Toyota anuncia que reduzirá previsão de vendas.

- Air France diz que será 'muito difícil' cumprir metas planejadas para 2008.


Enviado por Míriam Leitão -
24.10.2008
| 9h23m
Crise

Sexta-feira difícil

Em momentos de crise, há dias em que o mercado procura por todas as notícias ruins. E hoje ele tem várias más notícias para achar.

A recessão já está virando realidade nas economias desenvolvidas, como a Inglaterra, que hoje divulgou retração do PIB de 0,50 pontos no 3º trimestre. E outras notícias como essa virão porque os EUA, Europa e Japão também estão indo pelo mesmo caminho. A crise da economia real é longa.

Outra notícia que ainda repercute hoje é a declaração do ex-presidente do Fed Alan Greenspan dizendo que o mercado não é sólido como ele esperava e não consegue se auto-regular. É como revelar que o rei está nu, embora todos já soubessem disso.

A terceira notícia já comentamos na coluna e aqui no blog. Há novas frentes da crise, que está chegando aos emergentes. Os países do leste europeu e do sudeste asiático estão entrando numa espiral de desconfiança. Cada um por um motivo diferente.

A Rússia também não está nada bem. Voltou a se falar de problemas com a sua dívida. E ela já deu calote em 1998, e isso que dizer que o país voltou à berlinda. Aqui no Brasil, ainda não se resolveu o problema da dívida das empresas em dólar.

As empresas pelo mundo também já estão refazendo cálculos de seus lucros porque venderão menos. Recessão é isso. O dia é pessimismo e nada indica até agora que vá mudar.

Mas há algumas notícias boas, como o balanço da Vale divulgado ontem. Ela é nossa maior exportadora líquida e o resultado divulgado foi excelente.


Enviado por Míriam Leitão -
24.10.2008
| 9h05m
Na CBN

Operação do BC não vai diminuir reservas

O BC anunciou ontem que vai usar US$ 50 bilhões para tentar conter a alta do dólar. Serão operações de swap cambial, o que significa que o dólar não será vendido, mas sim 'emprestado'. Esse tipo de movimento então, não resulta em queda das reservas brasileiras.

O BC não quer segurar a cotação do dólar em um determinado patamar, ou estabelecer um limite de banda. Nada disso. O que ele quer é disponibilizar dólares para quem está precisando no curto prazo. E também diminuir a especulação.

O maior problema da crise no Brasil está em empresas que fizeram operações apostando na valorização do real. Agora com a desvalorização da moeda brasileira, elas estão encrencadas e correm para comprar dólares. Com isso empurram ainda mais a moeda americana para cima.

Ouçam aqui no comentário da CBN com a análise completa.


Enviado por Alvaro Gribel -
24.10.2008
| 8h32m
Crise

PIB inglês retrai; mercados desabam

Os mercados estão desabando hoje, com quedas fortes na Ásia, Europa, e os futuros americanos também apontando para forte recuo na abertura. Tóquio caiu 9,6%; Seul, 10,6%; Hong Kong, 8,3%; Cingapura, 8,3%; Xangai, 1,9%. Na Europa, por volta das 8h20m, Londres caía 8,09%; Frankfurt, 9,76%; Paris, 8,10%; Madri, 9,07%; Milão, 8,30%.

Dois fatores principais desencaderam o pânico: retração do PIB da Inglaterra no 3º trimestre; e redução de lucros e vendas de várias grandes empresas por causa da crise.

A Inglaterra divulgou hoje uma retração de 0,50% no PIB do 3º tri, contra projeção de queda menor, de 0,20%. É o pior desempenho trimestral desde 1990.

A Sony divulgou que seu lucro será 57% menor do que o projetado; a Peugeot também reduziu projeção de vendas, rendimento e produção (30% menor); a Air France também refez para baixo projeções de rendimentos; a Renault afirmou que vai parar temporariamente a produção por uma semana. Isso só para citar alguns exemplos de empresas que estão sendo obrigadas a refazer cálculos em função do menor consumo mundial.

O preço das principais commodities internacionais também está com forte queda e o dólar se valoriza frente outras moedas. O petróleo já está cotado a US$ 65,00, mesmo com o anúncio da Opep de cortar a produção diária em 1,5 milhão de barris.

Tudo indica que teremos mais um dia difícil na Bovespa.


Enviado por Míriam Leitão -
23.10.2008
| 17h55m
Contas externas

Crescimento do déficit da conta corrente preocupa

Os dados das contas externas divulgados hoje pelo Banco Central mostram dois pontos de preocupação. O primeiro o é crescimento rápido do déficit de transações correntes que já acumula no ano US$ 25 bilhões. Como percentual do PIB não preocupa: 1,64%. O Brasil só teve crise quando o déficit ficou maior do que 5%, como em 1999. Mas está crescendo fora do previsto. O outro dado preocupante é que o fluxo cambial ficou negativo em mais de US$ 3,5 bilhões.

O déficit em transações correntes consolida dados de relações com o exterior no comércio, nas remessas de dividendos, no pagamento de juros e na entrada e saída de turistas. A tendência de déficit não é nova, essa conta está negativa desde o começo do ano, mas tem crescido muito mais rapidamente do que o mercado previa. É ficar de olho.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 17h02m
Crise

Volatilidade em recorde histórico

O índice VIX (Volatility Index), que mede a volatilidade dos mercados, bateu mais um recorde histórico hoje: 72,9 pontos. 

Para efeito de comparação: durante a crise asiática, em 1999, e depois dos atentados de 11 de setembro, em 2001, o índice atingiu 45 pontos.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 15h08m
Crise

Greenspan admite falha e vê 'tsunami financeiro'

O ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, admitiu agora à tarde que encontrou uma falha no livre mercado e que isso resultou em uma "tsunami financeira" nos EUA. Segundo Greenspan, o mercado não conseguiu se auto-regular com relação aos derivativos financeiros.

Ele se referia à motivação inicial da crise imobiliária, quando papéis podres das hipotecas subprime foram misturados a outros e camuflados. Com isso, eles continuaram circulando a preços inflados e irreais.

- Estamos no meio de uma tsunami do crédito que acontece uma vez por século - afirmou.

Criticado por diversos economistas, foi durante sua gestão como presidente do BC americano que teve início a crise das hipotecas que resultou no agravamento que vemos agora.

Greenspan participou de uma sabatina no Congresso americano. Ele ainda sinalizou que a crise atual vai deixar os investidores mais cautelosos:

- O mercado a partir de agora atuará de forma mais comedida.


Enviado por Míriam Leitão e Leonardo Zanelli -
23.10.2008
| 15h02m
Panorama Econômico

Novos riscos

Há novas frentes da crise no Leste da Europa e no Sudeste da Ásia. A Coréia está vulnerável de novo. A Bulgária está com 23% de déficit em conta corrente, a Romênia, 16%. A Ucrânia pediu socorro ao FMI. Aqui, a Argentina está derretendo. O Brasil está bem, mas a MP de ontem mostra o risco de aumento da estatização do sistema bancário por ideologia e não necessidade. E mais: a MP é inconstitucional.

Uma coluna e dois assuntos. Não gostaria de colocá-los juntos, porque são riscos de natureza diferente, mas é a intensidade do momento atual que me faz dividir este espaço entre os países que estão entrando em crise, por diversas razões, em outras partes do mundo; e problemas criados no Brasil pelas escolhas feitas pelas autoridades. A MP editada é mal elaborada e tem um inegável viés estatizante. Na parte em que cria uma nova empresa, a Caixa Par, parece que os formuladores se esqueceram do artigo 37, inciso XX, da Constituição, para que haja “autorização legislativa” para a criação de “subsidiárias” de estatais, assim como para a “participação de qualquer delas em empresa privada”.


A queda generalizada das bolsas tem a ver com o risco de novas frentes da crise. Essa nova frente é nos países emergentes ou em desenvolvimento. A Venezuela perdeu seu grande gerador de caixa. A Argentina estatizou fundos privados de aposentadoria, em parte para se apropriar dos recursos, porque não consegue se financiar. A Islândia, que quebrou recentemente, pode ter uma recessão, segundo o boletim do economista Nouriel Roubini, de 5% a 10%. O FMI vai emprestar ao país US$ 6 bilhões. A Ucrânia também pediu ajuda ao Fundo. A Hungria sofre com baixo crescimento, déficits fiscal e externo e nível elevado de empréstimos em moeda estrangeira. Bulgária e Romênia têm gigantescos déficits em transações correntes, inflação alta e crescimento explosivo do crédito. São economias consideradas altamente vulneráveis. A Turquia está com um déficit em transações correntes de 5,8%, mas já esteve pior.

A Coréia do Sul está sendo considerada o país mais vulnerável da Ásia a uma inversão do fluxo de capitais. Ao contrário de 1997, ela hoje tem alta reserva cambial e é credora externa líquida, como o Brasil, mas tem alta dívida interna, excesso de investimento no setor imobiliário e excesso de concessão de crédito nessa área. Enfrenta, ainda, inflação, desvalorização monetária e desaquecimento forte.

No Brasil, apesar de o risco país ter passado dos 650 pontos ontem, há vários indicadores que nos fazem mais fortes que outros emergentes, mas a equação dos anos recentes mudou totalmente. O preço das commodities, que foi o grande impulso do Brasil, despencou. O mercado de capitais, que chegou a prover mais recursos para as empresas do que o BNDES, em 2006, se desfez. Empresas exportadoras estão com uma exposição cambial ainda não dimensionada pelas autoridades.

Aqui o risco maior é a tendência de estatismo desnecessário de certas decisões, como a da MP de ontem. Não há instituições quebrando, como nos Estados Unidos e na Europa, apesar de o governo estar começando a usar o mesmo remédio: a compra de instituições financeiras pelo Estado e compra de ações de empresas imobiliárias. Se o objetivo é convencer as pessoas de que o Brasil tem problemas piores, o governo deve continuar na mesma linha: vamos todos acabar convencidos de que o Brasil tem empresas e bancos precisando de resgate estatal.

O presidente da Ademi-RJ, Rogério Chor, avalia que o mercado imobiliário não tem crise, apesar da queda das vendas das últimas semanas. Ele teme as muitas distorções que podem ser criadas por esta nova empresa da Caixa para comprar ações de empresas do setor.

— Qual será o critério de escolha de que empresa vai comprar ações? E as empresas de capital fechado? Com o atual preço das ações, a Caixa vai acabar diluindo a participação dos atuais acionistas. O mercado precisa é de modernização, através da eliminação da burocracia que existe no Brasil para a compra de imóveis, em que o comprador tem de correr atrás de 20 certidões, ou na simplificação das licenças para construir — disse

Algumas empresas do setor compraram terrenos demais, em parte incentivadas pelos critérios de avaliação dos bancos na concessão dos empréstimos, que favoreciam estoque de terrenos e, agora, favorecem o caixa da empresa.

A Caixa é a grande financiadora imobiliária. Como poderá, ao mesmo tempo, ser sócia de algumas empresas imobiliárias? E mais, a Caixa recebeu em dezembro de 2006 uma injeção de recursos do governo de R$ 5,2 bilhões porque, como disse na época o ministro Mantega, já tinha atingido o limite da concessão de empréstimo. Como agora vai virar compradora de empresas construtoras?

O Banco do Brasil foi saneado e capitalizado na época do Proer/Proes. Depois disso, no governo Lula, entrou na aventura de fazer o Banco Popular, que só deu prejuízo. Já comprou diretamente do Tesouro o Besc e quer comprar o Bep (Piauí), o BRB e o Nossa Caixa, de São Paulo. A MP o incentiva a comprar mais bancos; depois de já ter sido o mais afoito na compra de carteiras de bancos pequenos. Essa compulsão estatizante do governo pode fragilizar as instituições financeiras públicas, cujo saneamento custou caro ao contribuinte brasileiro.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 14h23m
Crise

Ibovespa se recupera e oscila perto da estabilidade

Ajudado pela ação do Banco Central que conteve a disparada do dólar hoje, e também pela alta das bolsas americanas, o Ibovespa se recuperou da queda de 5%, que acontecia pela manhã, e agora oscila perto da estabilidade. O índice já subiu 1,36%; caiu 0,47%; voltou a subir 0,35%; e agora cai 1,18% (por volta das 14h10m). Lá de fora, a falta de notícias ruins leva os investidores às compras. Como ontem caiu muito, alguns papéis são considerados baratos.

Vejam no gráfico abaixo como o dia é de volatilidade na Bovespa. Os picos no gráfico mostram como houve fortes altas, seguidas de fortes quedas.

 

Em tempo: às 15h11m, o Ibovepsa já voltava a cair 4,79%.


Enviado por Míriam Leitão -
23.10.2008
| 13h09m
Na CBN

Nas crises, problemas são vistos com lupa

Em tempos de crise, os mercados ficam pessimistas e todos os problemas são vistos com lupa. Isso significa que os países devem evitar ao máximo tomar posições que gerem desconfiança desnecessária. Ouçam aqui o comentário da CBN.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 12h11m
Crise

Confiança dos consumidores cai 10% em um mês

Primeiro foi a confiança do empresário da indústria, que esta semana caiu para o menor nível desde 2005. Hoje, foi divulgada uma queda de 10% no índice que mede a confiança dos consumidores na economia. Isso em apenas um mês, de setembro para outubro. Foi para o menor patamar desde 2006.

Empresários e consumidores mais pessimistas têm os seguintes significados: mudança de planos, menos investimentos, menos produção e menos consumo. Por fim, isso pode resultar em menos crescimento econômico.

Para quem acha que o blog está sendo pessimista ao lidar com a crise, vale lembrar que o mundo está enfrentando a maior encrenca do capitalismo moderno. O Brasil nunca esteve tão preparado para lidar com o problema, mas isso não significa que a situação é confortável. Pagaremos um preço, assim como todos os outros países.

Gostamos mais de boas notícias, mas achamos que o nosso negócio é contar as notícias: boas ou más.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 11h31m
Crise

Dólar cai após medidas do BC; Ibovespa em queda

O Banco Central anunciou agora pela manhã um programa de venda de swaps cambiais de até US$ 50 bilhões. Com isso, conseguiu reverter a forte alta que o dólar vinha tendo frente ao real. Chegou a passar de R$ 2,50, com alta de mais de 5%, e agora cai mais de 2%, voltando para casa dos R$ 2,30. No gráfico abaixo, dá para visualizar o salto do dólar logo após a abertura dos negócios, e a queda depois do anúncio feito pelo Banco Central. O Ibovespa tem mais um dia nervoso, com queda de 5% por volta das 11h30m.

Preço do dólar em reais


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 10h54m
Crise

Juros interbancários não conseguem cair hoje

A taxa que mede o custo dos empréstimos entre os  bancos não conseguiu recuar hoje, depois de vários dias seguidos de queda. A Libor com vencimento em 30 dias ficou parada em 3,54%.

Isso significa que de ontem para hoje os bancos decidiram não afrouxar o aperto do crédito. Para efeito de comparação, antes do agravamento da crise, a Libor ficava na casa dos 2%. Na semana passada, chegou a 4,82%, no momento de maior tensão do mercado, quando o crédito praticamente ficou congelado.

A taxa vinha caindo pouco a pouco, dia após dia, sinalizando que os bancos estavam recuperando a confiança. Mas hoje, a taxa ficou congelada. Sinal de que o otimismo também está temporariamente congelado.


Enviado por Míriam Leitão -
23.10.2008
| 10h32m
E a Petrobras?

Gabrielli garante que a empresa continuará rentável

O presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli me disse agora cedo que a Petrobras fez seus planos de longo prazo baseada num cenário de petróleo a US$ 35 o barril. E que baseado neste cenário é que calculou o fluxo de caixa, portanto não se sente ameaçada pela queda do preço de US$ 147 para abaixo de US$ 70 o barril. Outra boa notícia: o presidente da Petrobras garante que a empresa não fez aplicação em derivativos de risco e que ele tem ganhos e perdas com o câmbio que se equilibram. Ganha por exemplo com os ativos no exterior cotados em dólar que terão um valor patrimonial maior.

Gabrielli admitiu que os planos de investimento serão alongados, porque todos terão mais dificuldade de captar recursos para investimento; não apenas a Petrobras, mas os fornecedores de equipamentos e as empresas consumidoras.

- Os planos da produção do Pré-Sal continuam. O teste de longo prazo que começará a ser feito em 2009 continua no cronograma. Este teste trará as informações necessárias para a produção em larga escala.

Gravei a entrevista com Gabrielli na sede da empresa pegando um pedacinho de tempo que o presidente da empresa tinha. Ele chegou hoje de Houston e as nove horas já estava em conference call com Londres. A entrevista inteira irá ao ar hoje as nove e meia da noite na Globonews.

A ação da empresa já caiu 47% este ano, mas se a conta for feita de 20 de maio para cá, o número é pior: 55%. Mesmo assim, o presidente da Petrobras manda um recado para o investidor:

- Estamos numa tempestade, mas ela vai passar e a empresa é boa.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 10h31m
Crise

Futuro do Ibovespa com queda de 8%

O mercado futuro do Ibovespa aponta para forte queda na abertura dos negócios da bolsa. Por volta das 10h30m, o futuro mostrava queda de 8%. Tudo indica que teremos mais um dia com começo ruim, mesmo após a queda forte de ontem, com circuit breaker.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 9h44m
Crise

Brasil: 'de blindado a mais afetado'

Do blog do economista-chefe da Liquidez Corretora, Marcelos Voss. Apesar dos bons fundamentos, o Brasil lidera a perda entre os emergentes em vários indicadores:

"Seja nas taxas de juros futuras, mercado acionário ou taxa de câmbio, o Brasil lidera com o pior desempenho dentre as economias emergentes. Desvalorização de 36,25% do câmbio; aumento de 190 pontos na taxa de juros DI janeiro de 2010; 62,63% de queda no valor do Ibovespa em dólares; e queda do índice de confiança do consumidor ao menor nível desde 2006. Tudo isso traça um quadro que não tem respaldo nos fundamentos da economia brasileira, mas, mostra equívocos no enfrentamento da crise em seu início."


Enviado por Míriam Leitão -
23.10.2008
| 9h08m
Na CBN

Até construtoras temem entrada do governo no setor

O governo se atrapalhou ontem com a nova Medida Provisória, como já comentamos aqui no blog. Até as construtoras temem que o governo passe a controlar parte do setor. O que elas querem para passarem bem pela crise é financiamento. Ouçam aqui a análise no comentário da CBN, com o Heródoto Barbeiro.


Enviado por Míriam Leitão -
23.10.2008
| 8h48m
Bom Dia Brasil

Pessimismo se mantém, com momentos de alívio

O governo errou ontem ao editar essa medida provisória. Primeiro, porque os bancos brasileiros estão bem, estão sólidos e não precisam ser resgatados pelos bancos públicos. Alguns bancos pequenos tiveram no começo dessa crise dificuldade de conseguir empréstimo no interbancário, que é o mercado em que os bancos emprestam uns aos outros. Isso se resolve com mais garantia ao interbancário.

Segundo, porque os bancos públicos já têm uma boa porção do mercado brasileiro e não deveriam crescer de forma impensada. Tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa tiveram que ser capitalizadas pelo Tesouro. Ou seja, o Tesouro pôs dinheiro do contribuinte para fortalecer esses bancos tempos atrás.

A parte da MP que permite que a Caixa compre ações de empresas construtoras é outro erro. A Constituição estabelece que, para uma estatal criar subsidiária ou ter participação em empresas, é preciso ter a autorização legislativa.

As empresas com quem eu falei acham que nada disso resolve. Elas acham que o setor está bem e que algumas empresas compraram terrenos ruins – é verdade – a preços altos, mas não há uma crise no setor imobiliário.

Além disso, os empresários me dizem que temem que, ao comprar ações tão desvalorizadas, já que a Bolsa caiu muito, a Caixa acabe virando dona das empresas e reduzindo muito a participação das ações nas mãos dos atuais acionistas.

O setor precisa, segundo Roger Chor, presidente da Ademi, de menos burocracia para o comprador que tem que tirar 20 certidões para comprar um imóvel e precisa de linhas de financiamento – que, aliás, os bancos são obrigados a oferecer ao setor.

De fora, mais notícias complicadas. Há novas frentes de crise no sudeste da Ásia e no leste da Europa. A Bulgária está com um déficit nas contas externas de 23% do PIB. Para se ter uma idéia do que isso significa, o Brasil entrou em crise quando em 1999 quando déficit chegou a 7%. A Romênia está com 16%. A Ucrânia pediu socorro ao FMI.

Até a Coréia, que teve uma enorme crise há 11 anos, voltou a ter problemas. Hoje a Coréia tem reservas altas, mas está com mercado imobiliário superaquecido e uma dívida interna alta demais. A Islândia e o Paquistão já pediram empréstimo ao FMI e vários outros países, como a Indonésia, estão sendo sacudidos pela crise.

A Argentina se afunda cada vez mais. Ontem, a Bolsa chegou a cair 16%. A decisão do governo de estatizar os fundos privados de aposentadoria aumentou a desconfiança em relação a um país que nunca se recuperou ainda da moratória de 2002.

Nos grandes países onde a crise começou, Estados unidos e Europa, os sinais de problemas na economia real são diários. Tudo isso mantém o pessimismo, com apenas alguns momentos de alívio.


Enviado por Alvaro Gribel -
23.10.2008
| 8h37m
Crise

Bolsas seguem em queda

As bolsas de hoje seguem em queda pelo mundo. Na Ásia, a bolsa se Seul teve o segundo pior desempenho do ano, com queda de 7,48%. Tóquio chegou a cair mas de 6%, mas se recuperou e fechou em baixa de 2,46%. Hong Kong caiu 3,55% e Xangai, 1,07%.

Na Europa, a abertura também foi de queda, e por volta das 8h30m, Londres caía 1,47%; Frankfurt, 2,91%; Paris, 2,56%. A desconfiança segue sobre o desempenho das empresas: ABB recuava 12,00%, BHP, 5,1% e Rio Tinto, 7,00%.


Enviado por Míriam Leitão -
22.10.2008
| 17h46m
Crise no Brasil

MP da estatização criou desconfiança

O governo deu um tiro no pé hoje com a Medida Provisória que permite aos bancos públicos comprarem bancos privados e cria uma empresa de participações acionárias da Caixa. A medida teve duas interpretaçõe negativas e não necessariamente excludentes. E foi isso que explicou o dia com circuit breaker, juros explodindo e risco escalando.

A primeira interpretação é que o governo está cedendo à sua compulsão estatizante de sempre. E claramente está. Tanto que está desnecessariamente empurrando a Caixa para ser sócia de empresa imobiliária, mesmo sem haver um problema no setor. Pode acabar sendo criado por medidas que retirem  a confiança nas empresas.

A pior é a de que há problemas maiores no sistema financeiro do que se sabe até agora. Essa interpretação é mais paranóia que fato, mas foi alimentada porque o governo tem tomado uma decisão por dia para ajudar os bancos com supostos problemas: permitiu o uso do compulsório para bancos pequenos, mudou regras de redesconto aceitando qualquer ativo como garantia, permitiu o uso do compulsório para comprar bancos médios, incentivou o Banco do Brasil e a Caixa a serem os primeiro a comprar carteira e agora baixou uma MP para que BB e Caixa comprem bancos.

Como o mercado no mundo inteiro já está paranóico, isto bastou: o risco Brasil foi a 650 pontos e os juros futuros explodiram, a Bovespa teve circuit breaker.  Rumores circularam de que existem fundos e bancos com problemas.

Caixa e Banco do Brasil passaram o dia dando entrevista para tentar acalmar, explicando as medidas. Algumas explicações pioraram, como a de que na Caixa serão usados recursos do FGTS para essa aventura de comprar ação de empresa imobiliária.

Mais um dia como hoje e o governo cria uma crise que não existe.


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