revista da armada - letras amarelas em fundo azul, com uma ancora branca ao centro e a bandeira portuguesa a fazer de acento da letra i 

Nº 354

Capa da revista referente à edição de Junho de 2002

JUNHO - 2002

Ficha Técnica

SUMÁRIO

Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas 

Tomada de Posse do ALM CEMA

Dia da Marinha - Mensagem do ALM CEMA 

Entrega de Comando na STANAV-
FORLANT 

Condecorações no EMGFA

História da presença da Marinha em Timor

A Marinha de D. Manuel (26) 

Novo regime legal de Autoridade Marítima 

O Dia da Marinha

Academia de Marinha

O que é um Planetário ?

Execício UNIFIED ODYSSEY 02

Exposição sobre Timor

Fiscalização da actividade da pesca - 2001

Notícias

Convívios

Desporto

Saibam Todos

Histórias da Botica (20)

Prémios da Revista da Armada

Notícias Pessoais

Património Cultural da Marinha

Tabela de Preços das Assinaturas

Foto da cerimónia

Foto da cerimónia

Foto da cerimónia

ALM CEMA

Foto da cerimónia

Dia da Marinha – 2002

O Dia da Marinha comemora um feito notável levado a cabo por Vasco da Gama no final do século XV e recorda-nos o exemplo de uma missão cumprida com êxito, contra dificuldades que só muito poucos acreditavam ser possível ultrapassar. Fazer uma viagem de Portugal até à Índia, com os navios da época, com as dificuldades de abastecimento dos mesmos por um período que durou quase um ano, e com os parcos conhecimentos das condições físicas e meteorológicas do espaço marítimo oriental, era, de facto, uma obra para gente de grande vontade, espírito de sacrifício e fé nas suas capacidades. Por isso nos cumpre honrar os portugueses que o conseguiram. E não haveria forma mais significativa de o fazer do que reunir a família naval na mais significativa festa anual, a festa do Dia da Marinha. Mas tem sido habitual que estes festejos sejam levados aos mais diversos locais do país que, de algum modo, estão ligados à nossa actividade marítima e onde esta comemoração tem um sentido que ultrapassa as fileiras e extravasa para as populações, que têm correspondido em pleno, participando com entusiasmo na nossa festa. O Dia da Marinha tem sido também uma festa popular. E, aliás, com todo o sentido. Não só porque o carinho dos portugueses pela sua Marinha é muito grande (e sentimo-lo muito bem, nos bons e nos maus momentos), como pelo facto dos feitos que se comemoram serem – com todo o direito – encarados como feitos do povo português no seu todo. Infelizmente, a austeridade financeira que chegou à actividade operacional e aos meios disponíveis, não podia deixar de se estender aos legítimos festejos, não nos deixando levá-los tão longe quanto gostaríamos, sobretudo, partilhando-os com mais gente – gente portuguesa, gente que ao mar tanto deu da sua vida, que nele sofreu o que muito bem sabemos e que, naturalmente,  sente connosco a alegria de mais um Dia da Marinha.

Foto da cerimónia

Foto da cerimónia

Foto da cerimónia

Foto da cerimónia

NRP Sagres

As Comemorações

As comemorações tiveram início com a inauguração, no dia 15 de Maio, na Biblioteca Central da Marinha de uma exposição intitulada “Timor, cinco séculos de presença”. A apresentação foi organizada em secções temáticas que envolvem: “Timor na Cartografia – as primeiras imagens”; “Usos e costumes”; “História de Timor”; “Mercadorias que valem em Timor”, um título que recorda a anotação de Tomé Pires quando fala desta ilha na sua Suma Oriental (2ª década do sec. XVI); “A Marinha em Timor”; e “Timor na escrita dos oficiais de Marinha”.

Durante o fim de semana de 18 e 19 de Maio tiveram lugar, no rio Tejo, regatas de vela de diversas classes, algumas unidades navais estiveram abertas a visitas públicas, e, no dia 19, realizou-se um concerto pela Banda da Armada, junto à Torre de Belém.

No dia 20, pelas 10h30 foi celebrada missa na igreja dos Jerónimos pelo Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, recordando todos os militares, militarizados e civis da Marinha mortos.

Exposição

Foto

Naturalmente que o ponto alto foi a cerimónia Militar que teve lugar neste mesmo dia 20, sob a presidência do Sr. Ministro da Defesa Nacional, Dr. Paulo Sacadura Cabral Portas, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. As Forças em Parada foram comandadas pelo Cap. Frag. FZ Manuel Ferreira Campos; integrando a Banda da Armada; o Bloco de Estandartes das Unidades da Armada, escoltados por um pelotão da Escola Naval; o Bloco de Guiões; uma Companhia da Escola Naval; uma Companhia mista do Grupo 1 e do Grupo 2 de Escolas da Armada; e duas Companhias de Fuzileiros. Sua Ex.cia o Ministro da Defesa foi recebido pelas Forças em Parada e saudado com uma salva de 19 tiros efectuada pelo Navio Escola “Sagres”, fundeado em frente à Praça do Império, dando-se início à cerimónia com a alocução proferida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante José Manuel Garcia Mendes Cabeçadas. Foi a primeira vez que o novo CEMA se dirigiu à Marinha em público e o discurso efectuado tem uma importância particular, num momento em que as dificuldades financeiras assumiram um protagonismo inusitado, que foi ao ponto de comprometer a actividade operacional e o futuro dos meios navais disponíveis. Por isso este não podia deixar de ser um ponto essencial das declarações do Almirante Mendes Cabeçadas, que esboçou as suas preocupações respeitantes às carências de pessoal e de material. Salientou que não é possível suprir qualquer destas carências a curto ou a longo prazo, até porque à Marinha caberá “uma quota-parte dos sacrifícios impostos pela difícil situação das finanças públicas do país, com a qual é nossa obrigação ser solidários”. O problema da sobrevivência do núcleo militar da esquadra é uma questão que tem vindo a ser abordada, sempre na perspectiva de que o planeamento da sua remodelação e modernização era algo fundamental, sem o que se chegaria a uma posição insustentável, onde os navios existentes se tornariam incomportáveis na sua manutenção, e a aquisição de novos, de uma só vez, uma despesa que o país dificilmente suportaria. E este assunto voltou a estar presente nas palavras do Almirante Mendes Cabeçadas, recordando como a Marinha não é um luxo e como é “essencial à manutenção de um ambiente de segurança que é condição indispensável ao progresso e ao desenvolvimento”. A esperança no futuro será a última coisa a abandonar-nos, e as dificuldades não serão uma razão para que não seja projectado o futuro, impondo-se a análise de alguns dos problemas, tendo “em consideração as aspirações do pessoal, quer ao nível da gestão, que desejamos mais flexível, quer das condições de bem estar”. E terminou, exortando todos os militares, militarizados e civis da Marinha – homens e mulheres – para que continuem a servir o país com patriotismo, empenho e excelência.

Seguiu-se uma homenagem aos militares mortos ao serviço da Pátria, a imposição de condecorações, terminando com o desfile das Forças em Parada e a passagem dos helicópteros “Lynx”, da Esquadrilha de Helicópteros.

Também inserida no dia da Marinha esteve a distribuição dos Prémios da Revista da Armada correspondentes ao ano de 2001 e que teve lugar no dia 23 de Maio no Gabinete do Almirante CEMA e tendo sido presidida pelo Almirante Mendes Cabeçadas.

As comemorações do Dia da Marinha de 2002 foram concluídas no dia 25 de Maio com a actuação da Banda da Armada no Auditório da FIL, gentilmente cedido pela Associação Industrial Portuguesa. Com um programa em que mais uma vez se evidenciou a criteriosa escolha de temas, de música contemporânea, a execução foi primorosa e terminou com a Marcha dos Marinheiros, cantada por toda a assistência.

Cartaz

Banda da Armada

Torre de Belém

NRP Sagres

Imposição de Condecorações